Pessoas com diabetes tipo 2 podem sofrer hipoglicemias?

Os sintomas da queda de açúcar no sangue em pessoas com DM2 podem ser confundidos com outros problemas de saúde. 

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O diabetes é uma doença crônica que afeta cerca de 537 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a Federação Internacional de Diabetes (IDF)1. Estima-se que 90% dessa população tenha o tipo 2 da condição, caracterizada pelo aumento da glicose no sangue devido a fatores, como obesidade, sedentarismo, histórico familiar, tabagismo, idade avançada, entre outros.

Uma das principais preocupações dos pacientes com diabetes tipo 2 (DM2) é o risco de complicações graves causadas pelo mal controle dos níveis de glicose, como cegueira, diálise e amputações.1 Mas, embora muitas pessoas achem que não, a possibilidade de desenvolver hipoglicemia também existe no DM2 e deveria ser vista com muito cuidado, pois pode afetar significativamente a qualidade de vida e trazer consequências graves para a saúde, como desmaios, convulsões e coma.

A hipoglicemia ocorre quando o nível de glicose no sangue fica muito baixo e isso pode acontecer quando a quantidade de insulina no organismo é maior do que o necessário em função da aplicação de dose errada (para mais), por ficar muito tempo em jejum ou por praticar atividade física em excesso sem ter se alimentado devidamente.

Os sintomas da hipoglicemia em pessoas com DM2 são semelhantes aos de outras pessoas, como tontura, sudorese, tremores, confusão mental e palpitações. No entanto, muitos pacientes com DM2 não associam esses sintomas à hipoglicemia e podem demorar para tomar alguma atitude para tratar esta queda de glicose no sangue. Outro complicador no caso de pacientes com DM2 é confundir sintomas da hipoglicemia, como tontura e sonolência, com os alertas de pressão baixa2.

Tratamento da hipoglicemia

Por essas razões, é crucial orientar as pessoas com DM2 sobre as causas e os sintomas da hipoglicemia, bem como sobre a importância de medir a glicemia assim que sentir algo e, se confirmada, consumir algum alimento ou bebida com 15 g de carboidrato simples, como um copo de 200 ml de água com açúcar ou um copo de 150ml de refrigerante de lata que não seja na versão zero açúcar. Em situações mais graves, pode ser necessário o uso de medicamentos ou a hospitalização do paciente.

As hospitalizações são prevalentes entre os indivíduos com DM2, que correspondem 90% a 95% de todos os casos de pacientes com diabetes admitidos. Segundo a Associação Americana de Diabetes (ADA), 38% do custo total direto para o tratamento do diabetes é atribuído a despesas com internação e atendimento ambulatorial3. Em pessoas com DM2, as principais causas de hospitalizações são doença cardiovascular e descontroles glicêmicos clinicamente sintomáticos, como hiperglicemia e hipoglicemia graves4, 5.

Nesse sentido, o uso do monitoramento contínuo de glicose (CGM) tem auxiliado muitos pacientes a reduzir o número de hipoglicemias e consequentemente de hospitalizações. O estudo6 de Bergenstal RM et al avaliou os dados adquiridos pelo sistema FreeStyle Libre e as taxas de hospitalização tanto por causas relacionadas ao DM2 quanto a outras diversas causas.

Os autores identificaram 2.463 pacientes com DM2, a maioria com mais de 50 anos de idade, hipertensão, dislipidemia e obesidade. Durante o período de avaliação de 6 meses, as hospitalizações decorrentes de causas relacionadas ao DM2 reduziram em 61% dos pacientes, enquanto as hospitalizações por todas as causas reduziram em 32%.

O médico Prof. Dr. Andrei Carvalho Sposito, professor titular da disciplina de Cardiologia da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), analisou este estudo e concluiu que o cuidado clínico adequado é a razão principal para que se atenue a morbimortalidade e, consequentemente, as hospitalizações em indivíduos com DM2. Ele afirma que “o uso do CGM pode ser uma ferramenta relevante à medida que aprimorarmos os cuidados e tratamentos que oferecemos aos nossos pacientes”.

Para os pacientes com DM2, usar o sensor de glicose pode ser a oportunidade para conhecer mais de perto os impactos da alimentação, da prática de atividade física e da medicação no controle da glicose e assim aderir melhor ao tratamento do diabetes.

Referências

1. 10th edition IDF Diabetes Atlas. International Diabetes Federation. [acesso em junho de 2023]. Disponível em: https://diabetesatlas.org/idfawp/resource-files/2021/07/IDF_Atlas_10th_Edition_2021.pdf

2. Lucírio, I. Hipoglicemia: o que é, as causas e os sintomas. Veja Saúde. 21 nov. 2019. [acesso em junho de 2023]. Disponível em: https://saude.abril.com.br/medicina/hipoglicemia-o-que-e-as-causas-e-os-sintomas

3. American Diabetes A. Economic Costs of Diabetes in the U.S. in 2017. Diabetes Care 2018;41:917-28.

4. Jiang HJ, Stryer D, Friedman B, Andrews R. Multiple hospitalizations for patients with diabetes. Diabetes Care 2003;26:1421-6.

5. McCoy RG, Lipska KJ, Herrin J, Jeffery MM, Krumholz HM, Shah ND. Hospital Readmissions among Commercially Insured and Medicare Advantage Beneficiaries with Diabetes and the Impact of SevereHypoglycemic and Hyperglycemic Events. J Gen Intern Med. 2017;32:1097-105.

6. Bergenstal RM, Kerr MSD, Roberts GJ, Souto D, Nabutovsky Y, Hirsch IB. Flash CGM Is Associated With Reduced Diabetes Events and Hospitalizations in Insulin-Treated Type 2 Diabetes. J Endocr Soc. 2021;5:bvab013.

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