Elas podem progredir para convulsão e até coma diabético. Saiba como o sensor Libre ajuda a identificá-las.
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A hipoglicemia ocorre em pessoas com diabetes quando há uma baixa concentração de glicose no sangue, resultado da liberação excessiva de insulina ou da falta de ingestão adequada de alimentos. Normalmente, quando a glicemia está baixa, o corpo envia sinais para avisar que é preciso comer ou ingerir carboidratos para estabilizar a situação. No entanto, algumas hipoglicemias são assintomáticas, ou seja, não emitem nenhum sintoma.1
Esse quadro é preocupante, pois a falta de sinais inviabiliza o tratamento da hipoglicemia e pode progredir para convulsão, coma e morte dos neurônios. A hipoglicemia assintomática é mais comum em pessoas com diabetes tipo 1 (DM1), mas pode ocorrer também no diabetes tipo 2 (DM2) em uso de insulina. Ela é uma das razões pelas quais pais e/ou cuidadores de crianças com DM1 costumam monitorar a glicose dos seus filhos várias vezes ao dia e até a passar noites em claro com medo de que a taxa de açúcar no sangue diminua muito sem apresentar nenhum sintoma, principalmente durante o sono.
Para entender por que a hipoglicemia assintomática acontece é preciso falar sobre os mecanismos contrarreguladores da glicose. Quando uma pessoa sem diabetes se alimenta, o pâncreas aumenta a produção de insulina, hormônio que irá baixar e controlar a taxa de glicose no sangue. Se o nível da glicose dessa pessoa cair abaixo de 70 mg/dL, o próprio corpo suspende a secreção de insulina pelas células-beta e estimula a liberação do hormônio glucagon pelas células-alfa pancreática, além de outros hormônios que aumentarão a taxa de glicose no sangue, como adrenalina, cortisol e hormônio de crescimento.2
Esses hormônios têm ação contrarreguladora à insulina. Porém, no caso de pessoas com diabetes tipo 1 (DM1), esse mecanismo foi comprometido. Como o pâncreas não produz insulina, o paciente precisa injetar o hormônio sintético várias vezes ao dia para controlar os níveis de glicose . A insulina exógena reduz o nível de glicose no sangue, mas inibe a liberação do glucagon e atrasa a ação da adrenalina.
Desta forma, se a pessoa tiver injetado doses a mais de insulina do que o necessário e continuar em jejum por muito tempo, a queda da glicose vai progredir. Se ela não conseguir ingerir alimentos (sólidos ou líquidos) que contenham carboidrato simples de absorção rápida, pode ter uma hipoglicemia grave, e, nesses casos extremos, é indicado o uso suplementação endovenosa de glicose ou do glucagon injetável2.
Se as hipoglicemias forem recorrentes, o sistema adrenérgico pode se acostumar com a situação e parar de emitir sinais de alerta. Com isso, as hipoglicemias podem não ser percebidas e se agravar1.
Como evitar ou identificar a hipoglicemia assintomática
Entre as estratégias para evitar hipoglicemias assintomáticas estão:
- Fazer o monitoramento regular da glicose;
- Ajustar a dose e/ou o tipo de insulina, sempre com a orientação do médico;
- Consumir alimentos antes que a glicemia atinja níveis baixos (abaixo de 70 mg/dL);
- Não consumir bebidas alcoólicas;
- Manter contato com a equipe de saúde, especialmente com o endocrinologista para receber orientação específica sobre como identificar e tratar a hipoglicemia assintomática;
- Usar sensor de glicose para identificar e prevenir hipoglicemias, principalmente aquelas assintomáticas.
Em uma das aulas do CGM Masters3, gravada para o site do Diabetes no Alvo, os endocrinologistas Dr. Rodrigo Siqueira, diretor do Centro de Diabetes do Rio de Janeiro, e a Dra. Susana Viegas Chen, falam sobre a importância do ecossistema digital FreeStyle Libre na prevenção de complicações agudas, como hipoglicemias, e apresentam dois casos de pacientes com diabetes tipo 1 que tiveram os episódios de hipoglicemias reduzidos com o uso do sensor de glicose.
Dra. Susana analisa que existe um efeito terapêutico no uso do sensor de glicose FreeStyle Libre, com os seguintes benefícios:
- Maior frequência de observações dos níveis de glicose;
- Melhora da HbA1c (hemoglobina glicada4);
- Prevenção de episódios de hipoglicemias;
- Observação mais apurada dos episódios de hipoglicemias assintomáticas;
- Mais acurácia no manejo do diabetes.
Um estudo desenvolvido pelo endocrinologista pediátrico Dr. Luis Eduardo Calliari, entre outros pesquisadores5, com os usuários brasileiros do sensor FreeStyle Libre mostrou que quanto maior o número de escaneamento, maior o tempo que os pacientes permaneceram na faixa-alvo: no Brasil, o TIR (time in range ou tempo no alvo) aumentou de 14,15 para 16,62 horas por dia.5
O estudo concluiu, entre outros pontos, que monitorar regularmente a glicemia é essencial para obter e manter as metas glicêmicas, além de reduzir os episódios de hipoglicemia.
Referências
1. Barone. M. O porquê das hipoglicemias graves ou assintomáticas. Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). [acesso em junho de 2023]. Disponível em: https://diabetes.org.br/o-porque-das-hipoglicemias graves-ou-assintomaticas-2-2/
2. Glucagon: o que é, pra que serve e como usar. Glicoline, São Paulo, 19 abr. 2016. [acesso em junho de 2023]. Disponível em: https://gliconline.net/glucagon/
3. Chen, S. V.; Siqueira, R. A importância do ecossistema digital FreeStyle Libre na prevenção de complicações agudas: discussão de casos. Diabetes no Alvo. [acesso em junho de 2023]. Disponível em https://www.diabetesnoalvo.com.br/cgm-masters-m2-2022/
4. FreeStyle Libre reduz níveis de HbA1c em pessoas com diabetes tipo 2. Diabetes no Alvo. [acesso em junho de 2023]. Disponível em https://www.diabetesnoalvo.com.br/conheca-os-tratamentos-disponiveis para-reduzir-a-hemoglobina-glicada-em-diferentes-publicos-com diabetes-2/
5. Calliari, L.E.P., Krakauer, M., Vianna, A.G.D. et al. Real-world flash glucose monitoring in Brazil: can sensors make a difference in diabetes management in developing countries?. Diabetol Metab Syndr 12, 3 (2020). https://doi.org/10.1186/s13098-019-0513-z
ADC-90614.V1.0.Nov/2024